sábado, 15 de março de 2014

Rádio Telefunken modelo D657W

















Marca Telefunken
Modelo D657W
Ano 1956
País Alemanha

Número de série 855642

Válvulas 5
Caixa em Baquelite e Plástico
Altura 27 cm
Largura 37 cm
Profundidade 20 cm
Peso 

Bandas de ondas OM/MWOC/SWOL/LW


Fonte de alimentação AC 110 / 220 Volt






Painel frontal em plástico creme e transparente com logótipo.

Mostrador com ondas e frequências.

Comandos, Direita: On/Off, Volume; Esquerda: Sintonização.


Teclas de selecção de ondas e Gira-Discos.

Traseira

Interior

Interior por baixo

Placa da antena interior.

Modelo
Número de série

















1 x EBC81
1 x ECH81
1 x EF89
1 x EL41
1 x EZ80








Esquema












Rádio: da galena ao transístor

A descoberta da electricidade, em meados do século XIX, aliada à demonstração da existência das ondas electromagnéticas, levou os cientistas que estudavam estes fenómenos físicos a imaginar um aparelho que pudesse "receber" ondas electromagnéticas. Por volta do ano de 1894, o físico Jagadish Chandra Bose utilizou um cristal de galena para detectar microondas.
Os desenvolvimentos tecnológicos no início do século XX permitiram a realização das primeiras transmissões de voz humana e música através de ondas hertzianas - aquilo que hoje se chama "rádio". Surgiu, no entanto, um problema na mente dos pioneiros da rádio: se havia que construir emissores, era também necessário desenvolver equipamentos que permitissem a recepção das emissões e a sua escuta pelos ouvintes. Neste contexto, o desenvolvimento do "detector de bigodes de gato", dispositivo electrónico construído utilizando um cristal de galena, permitiu a construção dos primeiros receptores de rádio de galena.


O detector de "bigodes de gato" recebia o sinal captado pelo fio da antena (onda electromagnética sinusoidal), e rectificava-o, isto é, convertia a onda num sinal contínuo (corrente contínua). Fazendo uma analogia, trata-se, grosso modo, do mesmo processo que permite, por exemplo, que a fonte de alimentação de um computador ou o carregador de um telefone móvel (telemóvel) receba a tensão alternada (AC) da rede (quando ligamos a ficha a uma tomada da nossa casa) e converta essa tensão alternada (que varia ao longo do tempo), numa tensão contínua (DC), que é também reduzida através de um transformador. Assim, estes detectores não eram mais que díodos primitivos (dispositivos electrónicos que permitem a passagem da corrente eléctrica num sentido, mas não deixam passar corrente no outro sentido). O detector estava ligado aos auscultadores, permitindo a audição de rádio. Importa salientar que, na época, só existiam emissões de rádio em Amplitude Modulada (AM), isto é, em Onda Longa, Onda Média e Onda Curta. O desenvolvimento do FM só ocorreu nos anos 40.


Não obstante a importância dos receptores a galena, o facto de não terem qualquer amplificação eléctrica e, consequentemente, oferecerem uma recepção de sinais muito fracos, que só eram audíveis através de auscultadores, entre outras restrições impostas pela tecnologia, levaram ao estudo de uma nova tecnologia que permitisse a escuta de rádio através de um altifalante que se fizesse ouvir numa sala, por exemplo. A solução viável na época era a válvula termiónica.


Da galena à válvula


As limitações dos rádios a galena levaram à invenção das válvulas termiónicas, dispositivos que podiam funcionar como díodo (substituindo os detectores de "bigodes de gato"), como, graças ao desenvolvimento da válvula tríodo, servir para amplificar um sinal, isto é, "pegar" num sinal fraco e "transformá-lo" num sinal mais forte.


A válvula díodo


De uma forma muito simplificada, um díodo termiónico é constituído por uma ampola de vidro onde existe vácuo, dentro da qual existe uma placa metálica (ânodo) e um filamento (cátodo). Se ligarmos uma pilha ou uma bateria em série com um mil-amperímetro (aparelho de medição da corrente eléctrica) a uma válvula, considerando a placa (ânodo) como o pólo positivo e o cátodo como pólo negativo, e se aquecermos o cátodo, então, a partir de determinado valor de tensão eléctrica aplicado ao sistema, começa a fluir uma corrente constante  (de electrões) entre o cátodo e o ânodo, não importa a variação dessa tensão. A este efeito, da passagem de uma corrente eléctrica que não varia, dentro de uma válvula, independentemente da tensão, chama-se efeito de Edison.

A válvula tríodo


Se a uma válvula díodo acrescentarmos um terceiro elemento, designado por grade de controlo, acrescentado entre o cátodo e o ânodo, então podemos controlar a corrente na placa (ânodo). Esta válvula de 3 terminais podia ser usada para amplificar uma corrente de entrada fraca, convertendo-a numa corrente de saída mais forte. Utilizando várias válvulas, é possível amplificar um sinal de rádio fraco, permitindo alimentar electricamente um altifalante. Assim, as válvulas vieram revolucionar a rádio, permitindo que famílias inteiras pudessem estar numa sala a ouvir as emissões que "saíam", quase por magia, da "caixa mágica" em cima de um móvel.

Da válvula ao transístor


Apesar das inovações tecnológicas, as válvulas tinham diversos problemas: além de serem frágeis (ampolas de vidro), tinham de aquecer (dissipando energia sob a forma de calor, pelo que tinham um consumo não negligenciável), ocupavam bastante espaço (mesmo um rádio "portátil" era grande, para os padrões actuais), obrigavam à utilização de tensões relativamente elevadas (o que, aliado ao consumo, fazia com que a autonomia com pilhas fosse reduzida) e iam-se degradando ao longo do tempo. Estas e outras desvantagens importantes levaram os cientistas a pesquisar uma tecnologia que fosse mais eficiente que a das válvulas.
Depois de uma grande investigação levada a cabo nos Estados Unidos pelo engenheiro John Bardeen, juntamente com os físicos Walter Houser Brattain e William Shockley, foi apresentado ao mundo, no longínquo ano de 1947, o primeiro transístor.

(fonte: www.mundodaradio.com)


GALENA, a galena é um mineral composto de sulfeto de chumbo (II), o mais importante dos minérios do chumbo e praticamente o único. Cristaliza no sistema cúbico, quase sempre em octaedros. Tem cor de chumbo, com um brilho metálico intenso e densidade 7,5. É geralmente encontrada em companhia de quartzo, esfalerita e fluorite. Serve para extracção também de prata, pois geralmente contém este metal. Fórmula química: PbS. A galena é um semicondutor e foi utilizado na confecção de díodos detectores antes da popularização do uso de dispositivos de germânio ou silício. É bastante conhecida entre os aficionados em electrónica por propiciar a confecção de um rudimentar receptor de rádio que não utiliza qualquer tipo de fonte de energia externa para funcionar, o rádio de galena.

FRASES:
"Eu nunca ouço rádio. Se é ruim, eu me divirto e, se for bom, tenho ciúmes de que não fui eu quem pensou sobre isso."
John Lennon




Histórico:
- Criado em 2014-03-15
- Actualização 2018-01-05 - Imagens, especificações, outra informação e reformulação geral.

- Actualização 2018-06-05 - Imagens, outra informação.






4 comentários:

  1. Bom dia. Conhece alguém que queira comprar um Rádio igual a este? Obrigada.

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    1. Boa noite, já faz muito tempo que não vinha ao blog, quanto à sua questão não conheço ninguém, experimente publicar anúncio nalgumas das plataformas que existem gratuitas. Tenho lá alguns, quantos aos preços são dispares ...

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    2. Boa Noite,
      As bandas de ondas OM/MW, OC/SW, OL/LWEm Funcionam em Portugal?
      Obrigado

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    3. Boa tarde,
      As ondas média (OM/MW) funcionam em Portugal, embora o número seja de 4 a 6 frequências disponíveis.
      As ondas curtas (OC/SW) também se apanham, muitas das frequências por esse mundo fora estão a ser substituídas por rádio via internet.
      Penso que as ondas longas (OL/LW) também funcionem (utilizadas principalmente nos rádios ingleses), mas não tenho experiência? Nas últimas semanas não tenho estado em casa pelo que não posso testar agora para lhe poder responder de forma correcta.
      Espero ter respondido à sua questão.
      Cumprimentos,
      João Pratas

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