Rádio Philips modelo B3LN66U /35

Marca Philips
Modelo B3LN66U /35
Ano 1956
País Portugal

Número de série 1688

Válvulas 5
Caixa em Baquelite
Altura 20,5 cm

Largura 31,5 cm
Profundidade 16,4 cm
Peso 3 Kg

Bandas OM/MW, OC1/SW1, OC2/SW2

Fonte de alimentação AC/DC 110-127; 220 Volt

De acordo com informação encontrada em vários “sites”, alguns modelos de rádio Philips montados em Portugal sob licença na FAPAE (Portugal), eram modelos similares aos fabricados na Holanda referenciados com um X. Os modelos portugueses eram referenciados com duas letras L e N (LN), que significa Lisbon. Os mostradores e as indicações dos comandos eram escritos em português, assim como eram referenciadas as emissoras do país.

Conforme descrito, este modelo é “irmão” do modelo B3X66U fabricado na Holanda.

Mostrador

Traseira

Interior

Interior por baixo

Modelo e Número de série

1 x UBC81

1 x UCH81

1 x UF89

1 x UL84

1 x UY42

Service manual - 1.ª página

Esquema

Dia Internacional dos Museus em 2010 - Câmara Municipal de Oliveira do Bairro - Inauguração da exposição "O Rádio, retrospectiva do Século XX"

CENSURA NAS EMISSORAS EM PORTUGAL DURANTE OS ANOS 50

Em Portugal durante os anos de 1950 a 1959, a liberdade de expressão continuou a brilhar pela ausência. Tanto a rádio pública como a privada acatavam ordens do regime e estavam sujeitas a um controlo férreo. Daí que o humor satírico, que gozava de muito boa saúde noutros países fosse praticamente inexistente nas emissoras portuguesas. Não era permitida, a mais leve crítica politica ou social, zelando também a igreja pelos conteúdos morais dos programas de rádio.
Era por isso que o humor predominante em todas as emissoras fosse puro entretenimento, de clara intenção evasiva. Tínhamos o programa "Companheiros da Alegria" no Rádio Clube Português, da responsabilidade de Igrejas Caeiro, no qual reinava, entre muitos outros, o extraordinário Vasco Santana que analisava em tom jocoso os percalços da vida diária. Esta área foi explorada sobretudo na "Revista à Portuguesa".
Em Portugal o inesquecível Fernando Peça não foi autorizado a trabalhar e era na BBC de Londres que o podíamos ouvir.

IGREJAS CAEIRO (1917-2012), actor, encenador, produtor, locutor, apresentador de televisão, deputado - um homem dos sete ofícios - que marcou para sempre o universo radiofónico e cultural português, Francisco Igrejas Caeiro tem o seu nome e a sua actividade ligados a programas tão emblemáticos como "O Comboio das Seis e Meia", "Perfil do Artista", onde fez mais de 300 entrevistas, mas sobretudo aos "Companheiros da Alegria". As suas posições políticas, mas sobretudo culturais, porém, levaram a que o regime do Estado Novo lhe fizesse a vida negra. Igrejas Caeiro, que chegou a pensar ser diplomata, nunca desistiu e arranjou sempre maneira de cumprir o seu sonho: ser locutor.

RÁDIO CLUBE PORTUGUÊS (RCP), fundado em 1931, resultou do crescimento do Rádio Clube da Costa do Sol, CT1GL, propriedade de Jorge Botelho Moniz, oficial do Exercito que tomou parte no 28 de Maio de 1926, durante o Estado Novo, o RCP acabou por tornar-se uma estação de referência. Em 1953, requereu autorização para instalar uma rede de estações de televisão, o que deu origem à Radiotelevisão Portuguesa (RTP). O RCP era o maior accionista da RTP a seguir ao Estado. Em 1954 foi pioneiro em Portugal das emissões por modulação de frequência e, no ano seguinte, foi activado em Miramar, Vila Nova de Gaia, o primeiro emissor de ondas médias de potência superior a 50 KW. No começo de 1960, a passagem dos estúdios do Rádio Clube Português da Parede para Lisboa trouxe uma profunda alteração na vida da estação, cuja principal razão foi que Lisboa era o centro dos negócios do país e o na Parede a pouco mais de vinte quilómetros da capital, ameaçava a qualidade das emissões. Foi nacionalizado em Dezembro de 1975, nas suas frequências passaram a difundir, em 1979, a RDP Rádio Comercial. 

VASCO SANTANA (1898-1958), será sempre um marco incontornável da arte da representação. Actor genial, ao nível dos maiores do mundo, marcou para sempre a comédia à portuguesa. De enorme sensibilidade, dotado de invulgares técnicas teatrais, transformou-se num mito do cinema nacional. É impossível esquecer a sua famosa dupla com Laura Alves ou as suas célebres frases, marcas do cinema português e das nossas vidas.
As marcas deste gigante da representação fazem-se sentir na rádio, no cinema e no teatro. Com as suas habituais manobras de genialidade no palco, levava ao delírio centenas de admiradores.

FRASES:
“Ó Evaristo, tens cá disto?”
Vasco Santana no filme "O Pátio das Cantigas".

Histórico:
- Criado em 2014-03-06
- Actualização 2017-09-19 - Imagens, especificações, outra informação e reformulação geral.
- Actualização 2018-01-03 - Novo formato.